Abel Bonfils C.
Abel se sentia rasgado. E estava, a carne chamuscada precisava urgentemente ser fechada depois de ter a bala encravada removida. Mas talvez chamar a SAMU não fosse uma idéia genial. Teve que se contentar com o nó de Isaac, mordeu os lábios para não demonstrar que doía fazer um mísero aperto na pele. Ah, que se dane guardar as dores. Permitiu que os olhos lacrimejando soltassem duas simples lágrimas, mesmo que as limpasse ao chegar no fim da bochecha. Ficou assim, instantes em silêncio, se sentindo ameaçado com cada sombra que se aproximava do corredor. O que diabos estava fazendo encolhido perto do amigo? Não era Abel, e sim um covarde. Respirou fundo, deixando as lágrimas cairem e se preparando psicologicamente para aceitar o fato de que já estava com o pé na cova. Ah, que se foda.
Escutou a pergunta de Isaac para logo rir e virar o rosto para o mesmo, vendo que retirara as calças. Pensu em também fazer aquilo, mas mal conseguia mover a perna por conta da dor que sentia. Deixou-a jogada de qualquer jeito enquanto suas costas estavam apoiadas na parede. Abel encarou as pernas do homem para pensar em algo, mas nada além de sexo e dança veio a sua mente. Queria poder dançar ali.
- Estamos perdidos. Se nesse corredor tivesse mais do que um banheiro, seria lindo. Somos um perneta e um braçeta, então nada melhor do que pensarmos, já que ainda não levamos um tiro no cérebro.
Sua fala saiu com tom sôfrego, mesmo que estampasse um mínimo sorriso. Havia graça na situação, então por que não rir? Olhou ao seu redor, procurando qualquer coisa que lhe desse uma resposta.
Abel se sentia rasgado. E estava, a carne chamuscada precisava urgentemente ser fechada depois de ter a bala encravada removida. Mas talvez chamar a SAMU não fosse uma idéia genial. Teve que se contentar com o nó de Isaac, mordeu os lábios para não demonstrar que doía fazer um mísero aperto na pele. Ah, que se dane guardar as dores. Permitiu que os olhos lacrimejando soltassem duas simples lágrimas, mesmo que as limpasse ao chegar no fim da bochecha. Ficou assim, instantes em silêncio, se sentindo ameaçado com cada sombra que se aproximava do corredor. O que diabos estava fazendo encolhido perto do amigo? Não era Abel, e sim um covarde. Respirou fundo, deixando as lágrimas cairem e se preparando psicologicamente para aceitar o fato de que já estava com o pé na cova. Ah, que se foda.
Escutou a pergunta de Isaac para logo rir e virar o rosto para o mesmo, vendo que retirara as calças. Pensu em também fazer aquilo, mas mal conseguia mover a perna por conta da dor que sentia. Deixou-a jogada de qualquer jeito enquanto suas costas estavam apoiadas na parede. Abel encarou as pernas do homem para pensar em algo, mas nada além de sexo e dança veio a sua mente. Queria poder dançar ali.
- Estamos perdidos. Se nesse corredor tivesse mais do que um banheiro, seria lindo. Somos um perneta e um braçeta, então nada melhor do que pensarmos, já que ainda não levamos um tiro no cérebro.
Sua fala saiu com tom sôfrego, mesmo que estampasse um mínimo sorriso. Havia graça na situação, então por que não rir? Olhou ao seu redor, procurando qualquer coisa que lhe desse uma resposta.