Poucos segundos após entrarmos, uma loira, acompanhada de mais duas pessoas, adentrou o pequeno quarto. Virei o rosto em uma carranca descontente ao vê-la erguer uma arma para nossos rostos . O que aquela mal enjorcada acha que tá fazendo? – Controlei a mão em punho ao lado do corpo enquanto a olhava passar. Se ela der outra bola fora vou arrancar aquela arma do corpinho dela com muito prazer. “Fecha essa porta, porra“ . Tá, agora já chega. Trinquei os dentes e virei a cabeça por completo para o seu lado, tentando achar o rosto no meio do emaranhado de cabelos loiros, franzi o cenho. Que baralho, o que!
Senti uma movimentação na cama em que eu estava encostada e então paralisei. Aquela voz, que há pouco tempo se revelara na escuridão e que era dona de quem entrara com as duas garotas
Mais duas pessoas entraram. Mais duas. De todos os lugares da mansão, era naquele fim de mundo que todos os criminosos queriam entrar. Bati a parte posterior da cabeça com força na treliche, tentando aliviar aquela sensação horrível de pessoas quase me tocando e, uma das maiores razões para eu chocar a cabeça ali, era porque tinham começado a cantar. Sim, a cantar num momento em que estamos tentando nos esconder dos tiras. Cara, vocês estão se esquecendo da nossa situação aqui? - Quis gritar com todas as minhas forças para quem estava soltando a voz, contudo, não o fiz. Uma mão se aproximando de mim era a ultima coisa que eu desejava naquele instante. Respirei fundo, tentando me livrar do estresse, quando senti algo na testa. Ou melhor; um dedo.
– Mas que porra, Sahara! - Peguei o dedo que tentara voltar para perto de seu dono e o segurei com força – Até aqui você vai vir me tocan.. – Parei a outra mão, que não segurava o dedo do individuo a frente, no ar. Eu estava pronta para acertar o peito de Sahara, porem, quem eu ia acertar não era Sahara. Não Senhor. Este
- Acho que seria o contrario, já que eu cheguei aqui primeiro - Ergui a ponta da boca em um sorriso, um sorriso que fora dado para afastar a vontade louca de desferir um “soquinho” nele - Te bater? Porque eu faria isso? - Perguntei sentando-me no colchão vazio e, tentando ao máximo não responder a minha própria pergunta; “Porque você chegou chegando!”
Ergui a cabeça para analisar o quartinho novamente. Haviam mais pessoas do que eu havia contado e, dentre elas, parecia que Mortem estava presente e.. Fumando. Apertei o olho para Cameron, que tinha se manifestado novamente, e tentei ao máximo não soltar um riso cínico. Em meio a um tiroteio lá fora, e um gruda-gruda dentro de um quarto –vulgo inferno-na-terra-, ele estava tentando puxar assunto? Era demais para mim.
- Me pegou – Dei de ombros – O quanto antes, para mim, seria o ideal –Confessei voltando o olhar para a porta. Outro garoto tentava puxar um assunto do nada, e este se encontrava coberto de sangue. Infelizmente dessa vez não consegui conter o riso que antes ficara preso ao ouvir Cameron.
Que estrupício era esse?