(☞ﾟ∀ﾟ)☞ RPG

Abel sorriu ao ver que Isaac entrou em sua maldosa brincadeira contra os ricos. Fechou o armário com os pés e pôs o borrifador na pia para logo arrumar sua máscara. As penas lhe davam certo desconforto, e por causa disso as arrancou brutalmente e acabaram na privada. Apertou o botão e viu a água levar algumas partes dos enfeites vermelhos, que provavelmente acabaram por entupir o vaso. Pouco se lixava, no final, ele era quem tinha o poder ali. Se sentia invencível com seu borrifador em mãos.

O cenho se franziu ao escutar o adjetivo "riquinho" direcionado a ele. Não gostava de ser chamado assim, se sentia alguém fresco e com muita grana. Pode até ser que tenha muita grana (mesmo que não pague contas), mas neste caso preferiria "ricaço". Ah, sim, era bem melhor.

- Não pareço um riquinho. Riquinhos usam gel, lenços e garfos. - O tom convencido que usou logo deu lugar para o travesso, que veio junto com um enorme sorriso. - Mas que se foda. Estou lindo e pronto para abater esses mauricinhos!

A animação era evidente, já ia se virar para sair correndo pela porta quando alguém adentrou o espaço. E a figura a sua frente estava desmascarada, o que levou Abel a pensar que aquilo parecia um filme pornô de fetiche; Ainda mais quando percebeu que a pessoa a sua frente era ninguém mais ninguém menos que Stephan. Encarou o garoto até que ele se virasse e ameaçasse sair do cômodo, mas o impediu dando alguns passos para fechar a porta e segurar o pulso alheio. Que azar para o pequeno.

- Mudamos de plano ou damos um borrifador à ele? - Direcionou a pergunta para Isaac, o fitando com uma expressão maléfica escondida pela máscara escarlate. Queria brincar, seja de maneira boa ou ainda melhor.

Pouco convidativo e altamente antipático como era, Sonero somente ficou imóvel em seu lugar, sem ao menos dar algum tipo de resposta à preocupação do outro perante o baque dos dois. Não era como se fosse uma folha de papel e precisasse da cautela dos outros depois de encontrão tão bobo como aquele. Sim, era só aquela sua opinião e não se deu ao trabalho de responder o rapaz, somente conservando sua velha cara de desinteresse ligeiramente aborrecida. - Não precisa se desculpar, não é como se tivesse a obrigação de se apresentar para alguém que não queria saber seu nome. - Respondeu diretamente e deixando claro que o “alguém” na frase era ele próprio, visto que Sonero não tinha muita paciência com gente nova em sua visão e pouco se importava com suas identidades, embora tenha passado a considerar mais o rapaz à sua frente depois de receber um presente tão decente do mesmo. - E além do mais, acho que todos naquela festa perderam o controle por culpa de alheios. - Concluiu finalmente destencionando um pouco os ombros e enfim deixando o olhar sair das orbes do rapaz para vagar em qualquer lugar ao seu lado, também visivelmente tendo um tipo de reação nada agradável ao se lembrar daquela festa. Enfim ouviu o nome do outro e teve de desalinhar de leve as sobrancelhas, entortando um pouco a boca. - Que nome esquisito, Mortem. - Comentou em seu tom naturalmente arrastado e antipático, embora naquele momento realmente só estivesse comentando algo que tinha achado anormal. - Não me apresentei na festa. E meu nome é Sonero. - Respondeu claramente, voltando à sua mania intensa de ficar fitando sem descanso os olhos de seu colocutor, como se o estivesse analisando e ao mesmo tempo se reclamando mentalmente de sua baixisse que lhe dava certas dores de pescoço às vezes, por ter de ficar levantando a cara para praticamente qualquer pessoa. Bem, era o preço por ter puxado à sua mãe.

Enroscando um tufo de cabelo entre os dedos, tentei me afastar da multidão e procurar, novamente, o garçom que servia água. Falar, mesmo que por um periodo curto de tempo com Sahara, já havia me deixado sedenta. Quero dizer, ela sempre faz algo para me deixar constrangida, como me tocar descontraidamente. O que acho nem um pouco engraçado; Ela parece saber que não gosto e mesmo assim o faz, por pura teimosia. Tch, essa garota.
Depois de alguns minutos andando em busca do mocinho, o encontrei com a mesma quantia de copos que o havia deixado. Ahn, eu consegui mais um pouco com facilidade, né. Todavia senti, com muita aversão, que o garçom estava entusiasmado-até demais- em me ver novamente. Respirei fundo e girei o corpo na direção oposta ao garçom-da-água para, assim, beber todo o liquido e me afastar dele o mais rapido possivel.

Depositei o copo vazio em cima da mesa no instante em que minha orelha esquentou a um sussurro masculino. Um sussurro nada sujo, porém, feito por um ser que era. Ou que no meu nervosismo se transformou assim.
- Kyle - Proferi longa e demoradamente seu nome, virando então para si, afim de acertar-lhe a boca com a mão em punho. Nada muito forte, bom, nem fraco; Só algo para lhe acordar do transe de tranquilidade a qual viveu até então - Acho que voce se esqueceu que eu não sei como é uma favela. Apesar de ser negra, não moro no Brasil - Peguei seu queixo, com as mãos tremulas, e o puxei para baixo no intuito de olha-lo diretamente - Eu sou capaz de quebrar-te todinha, querida - Brinquei tentando segurar o riso. Meu suburbinho é diferente de uma favela, poxa.

"The man is back in town, so don't you mess me 'round"

O alemão soltou uma pequena risada com o comentário da garota, adorando o fato da mesma rir da própria desgraça, exatamente como ele fazia. Gostava de pessoas assim, apesar da decepção interna de não conseguir afetá-la, já que igualmente deliciava-se quando conseguia irritar verdadeiramente; naquele momento, Seth acabou por lembrar-se de Sonero, exemplo perfeito de alguém que conseguia irritar apenas com a simples presença.

– Claro, eu sou o capitão e você pode ser minha subordinada. – Remexeu um pouco os ombros, levando a própria taça de champanhe até a dela, encostando-as para simular um brinde.  - No meu caso, orfanato alemão, com freiras mandonas e pessoas chatas. – Disse divertido, igualmente forçando um sotaque arrastado que há anos não usava, finalizando a frase com o estalar da língua no céu da boca.

Em seguida, entortou um pouco os lábios ao vê-la degustar um salgadinho, soltando um bufo de desgosto por não ter notado a presença do garçom com a comida. Estava começando a ficar faminto, e, nada melhor do que uma festa daquelas para “encher o bucho”, como ele próprio diria.  - Talvez? Ok, 5% é melhor que nada. Mesmo assim, você deve admitir que foi uma boa vir falar com o lobão aqui. – Sorriu com cinismo, ajeitando a máscara lupina no rosto para, em seguida, imitar o uivo de um lobo.  – E quem sou eu pra discordar de uma pessoa com nome de desenho? – Soltou outra risada metálica, aproveitando para colocar as mãos nos bolsos da calça social em busca de um cigarro.

Acabou por ranger de leve os dentes ao constatar que não havia nada nos bolsos, além de um canivete e algumas notas altas que aproveitou para levar da loja de ternos. - Mansões como essa sempre tem mais de um andar, eu acho. – “...se fosse rico eu teria” completaria a frase, mas preferiu ocupar os lábios com o resto do champanhe que havia na taça. - Em casa? Ah, não me diga que é viciada em joguinhos? – Indagou divertido, arqueando uma única sobrancelha, deixando os olhos azulados fixos em Elektra. A pergunta novamente saiu ambígua, mas, desta vez, no sentido de que talvez ela pudesse ser bem mais do que uma simples ruiva com nome de desenho.

Sahara Mayr

✩:

Tasha estava, como de costume, evitando todo e qualquer contato social. Ela não podia vir a uma festa e fugir quando a conversa começa! Sempre me sentia um pouco incomodada quando ela fazia isso, e me perguntava coisas do tipo "Essa menina é humana?", afinal ela odiava tanto toques que era perturbador. E isso, claro, só me incentivava a provocar. Estava começando a sentir que era a única gostando do baile. Não que eu fosse fã desse tipo de festa, mas digamos que não era sempre que se podia roubar calmamente ao som de harpas enquanto te oferecem aperitivos. Estava curiosa sobre o motivo do anfitrião ter nos chamado, claro; Também achava isso bastante estranho, então vim obviamente prevenida. Mas, afinal, essa curiosidade que todos pareciam ter sobre o anfitrião era justa. Eu não estava interessada nisso, porém é claro que queriam saber quem os estava "contratando".

— Deve ser algum velho podre de rico aleatório que ganhou tudo da herança e quer que a gente coloque o Obama a sete palmos do chão. Daria um bom filme. — Resmunguei, brincando com o líquido no meu copo. Se estivéssemos na televisão, os efeitos especiais não matariam. Ah, quem dera as balas dos policias fossem só animação 3D. Meu risco de morte seria muito menor. Notei que Cameron levantava a máscara, e logo concluí que ele não tinha paciência para deixar algo pinicando o rosto durante horas. Admito que é no mínimo interessante ver a face de alguém que você conheceu quando estava com metade da cara tampada; Divertido, até. Resolvi abaixar a máscara branca e cheia de detalhes, puxando o elástico até o pescoço. Agora ela estava tampando o colar, mas não via problemas. Sendo sincera, até preferia que vissem meu rosto, do jeito que amo que me reconheçam.

Olhei de relance para a entrada do salão de jogos, não muito longe. Aquele lugar sim era mais a minha cara. — É, aquelas máquinas piscantes estão quase arrastando minha alma pra lá. — Soltei um riso abafado, tomando mais um gole de vodka. Ela provavelmente estava diluída em alguma coisa, talvez para que evitar que alguém ficasse bêbado ao ponto de cair por aí numa festa desse nível. À medida que nos aproximávamos do tal salão, a música elegante diminuía e o som de jogos tomava o ambiente. Sorri de canto com isso, me controlando para não correr até lá. Algo em especial chamou a minha atenção: Uma grande mesa de sinuca, infelizmente grande demais para levar pra casa.

Peguei um dos tacos do suporte, passando o tal giz na ponta. — Que tal sinuca? — Sugeri, apesar de já estar prestes a começar o jogo. E, claro, adoraria incluir uma aposta; É possível apostar em tudo, desde brigas até o cara ou coroa. A melhor parte costuma ser a simples sensação de vitória. — Dá pra apostar.. — Questionei, tentando me concentrar em organizar a mesa. Não, não tinha ideia do que apostar. — O resto da bebida? — Arqueei as sobrancelhas, apontando para o copo sem ideias melhores. Na verdade, nem queria mais beber aquilo; Parecia água com limão.

Prudence G. Great

A pergunta que não queria calar é: como Prudence colocaria todas aquelas moedas no seu decote? Não possuía uma bolsa, os sapatos mal cabiam seus pés 38, e o vestido que escolhera não tinha bolso. Uma expressão dolorida tomou conta de si, e quase chorou ao ter que se contentar em pegar somente 30 moedinhas de ouro e enfia-las decote abaixo. Sentiu o metal passear pelo seu tórax, o que rendeu um riso por conta das cócegas que sentia.

Claro que não deixaria 670 moedas esparramadas no chão, as juntou e, de pouco em pouco, foi colocando-as na terra de uma pequena palmeira plantada num vaso, que estava perto de si. Quando roubasse uma bolsa maior iria com toda certeza voltar lá e pegar tudo. Tinha um certo fascínio por ouro, tanto que um de seus dentes era feito com o tal material.

Se levantou com se nada tivesse acontecido e caminhou até um grande sofá de couro preto, localizado no canto do salão. Por sorte, tinha um casal adormecido lá e suas máscaras estavam dando sopa. Prudence estalou os dedos e, devagar, os levou até a bela máscara da mulher. A retirou com facilidade por causa do laço solto, aproveitando o estado de sono dela para pegar o colar que achou bonito. Saiu de perto dando passos largos e rápidos, para que ninguém a visse e foi direto para outro salão, já com máscara e colar postos.

Chegou ao salão lotado, já com uma taça de cristal ocupando uma mão. Zanzou pelo lugar, sem objetivo nenhum a não ser aguardar o tal crime. Estava solitária no meio de tantas pessoas, se sentia vulnerável. Podia ser tudo uma armadilha, e ninguém ali poderia a proteger. A cada segundo o medo e a desconfiança subiam pela sua coluna, trazendo consigo um arrepio. Queria voltar até o salão e ficar perto de Silas, mas faces mascaradas passavam e trombavam em Prudence, desorientando-a. Quando deu por si, estava encostada em uma parede, perto de um homem loiro e uma mulher ruiva.

Fechou os olhos, bastante confusa. Não sabia da novidade de que tinha medo de multidões mascaradas, e isso não foi tão bem aceito pela loira. Limpou a garganta e levou a taça até sua boca, percebendo em seguida que não havia nada lá. Derrubara tudo no caminho até a tão segura parede? Que seja. Deixou o copo perto do homem loiro e suspirou, olhando para ele.

- Noite estranha, não? - Deu um sorriso nervoso, mesmo que por conta da máscara ele não aparecesse.

Máscara²<

A ruiva deu risada e brindou junto à Seth com um sorriso divertido no rosto. Deu um suspiro, sentindo a barrica roncar por alguns segundos e olhou em volta, percebendo que uma multidão de pessoas já havia se criado num lugar mais afastado dos dois. Deu uma outra risadinha com a frase com sotaque do loiro e deu um gole no champagne, engolindo depressa como se tivesse algo urgente para falar. - Que engraçado, é a primeira pessoa alemã que eu conheço! - Disse, arqueando as sobrancelhas como se aquilo fosse uma notícia impressionante. Não aguentou em deu uma gargalhadinha por causa do tom de sua frase.

Sentiu seu estômago se contrair por causa da estúpida bulimia que vinha a atormentando nos últimos dias. Ao mesmo tempo que queria comer que nem uma louca, queria correr para o banheiro e enfiar os dedos na garganta para botar para fora o único salgadinho que comera e todo o champagne chique. Gargalhou com a imitação de uivo do loiro, o que fez os olhares dirigidos para os dois apenas aumentarem.  - Ok, ok, admito que essa conversa está sendo muito divertida, senhor Lobo. - Disse com uma pitada de ironia, em meio aos risos.- É uma pena que um miado não faria tanto efeito quanto esse berro aí.- Disse, sorrindo divertida. - A não ser que... - E dito isso, imitou da melhor maneira que pode o som de um gato raivoso, o que também atraiu muitos olhares de terceiros, fazendo Meredith gargalhar com gosto.

Riu, mais uma vez, do comentário sobre os joguinhos e fez que não com a cabeça.- Na verdade, é beeeeeem mais emocionante que isso. Minha casa, senhor Lobo, é um cassino. Brincou com o tom da frase, como se morar num cassino fosse a melhor coisa do mundo. Na verdade, aos olhos da ruiva, morar num cassino era a melhor coisa do mundo. - Mas digamos que sim, eu goste de uns joguinhos.Deu um gole no champagne e sua atenção se virou para uma garota loira que chegara alguns segundos após sua frase, cujo rosto inteiro estava coberto por uma máscara branca e preta.

- Mais estranha do que o considerado normal, sim.-Comentou, mesmo sabendo que a pergunta não fora exatamente dirigida a ela.

Mortem não se importou pelo rapaz não respondê-lo sobre estar bem ou não. Afinal, dificilmente um esbarrão machucaria alguém, mas ainda assim, ele preferiu perguntar e era direito da outra pessoa responder ou não. Não pôde resistir ao comentário do baixinho invocado sobre o mesmo não se interessar em saber seu nome e precisou rir, mesmo que de forma controlada para que não parecesse que estava zombando do outro. Mas fazer o que se a sinceridade do rapaz era tão extrema que chegava a se tornar divertida para Mortem?
  - Sim. Se bem que tive sorte de apenas ter comido um pedaço da torta, que provavelmente foi a culpada de tudo. Digo sorte porque ao menos não me esqueci de nada e não me arrependo do que aconteceu. – comentou de forma simplória, dando de ombros ao final da frase. Duvidava que alguém soubesse sobre o que havia acontecido e mesmo que soubesse, ele não se importava nem um pouco. Aproveitou que um mordomo passava e se serviu de mais uma taça de vinho, agradecendo ao serviçal e voltando a olhar para o menor, que agora comentava sobre a estranheza de seu nome. - Realmente é um nome atípico. Mas o que fazer quando se têm uma mãe repleta de excentricidade? Era o mínimo que eu poderia esperar ter como nome... – sorriu, consentindo com a opinião do outro.
  Escutou o nome do rapaz e pensou consigo mesmo se "Sonero" não era tão "esquisito" quanto Mortem... De certo ele acreditava que era, mas preferiu não comentar nada, até porque sabia se colocar em seu lugar e com o nome que tinha realmente não se sentia no direito de falar que outro alguém tivesse um nome estranho. Observou que o baixinho o encarava como se o analisasse, mas ao invés de se importar com isso acabou por perguntar a si mesmo se o outro não sentia dor ao ficar com a cabeça virada para cima por tanto tempo. Oras... Mortem tinha 1,88cm de altura, Sonero deveria ter o quê? 1,60cm? Deveria ser um rapaz bem novo... - Mas aproveitando que nos reencontramos... Você gostou do livro? Ou preferiu tacar fogo nele, como a maioria das pessoas naquela festa teria feito se o tivesse ganho? – indagou descontraído, erguendo as sobrancelhas ainda fitando Sonero e tomando um gole de seu vinho.

"The man is back in town, so don't you mess me 'round"

De fato, se não fosse pela ruiva que acabara de conhecer, talvez a noite estivesse sendo um verdadeiro desastre. Ela era divertida, ao mesmo tempo em que possuía um humor ácido parecido com o seu - pelo menos não precisou arrumar alguma confusão para passar o tempo, não por enquanto.
– Wahrheit*? Você tem sorte então, sou um exemplo perfeito da disciplina alemã. – Respondeu recheado de ironia, fazendo questão de utilizar a primeira palavra na língua natal. Ao ouvi-la se pronunciar sobre o rumo da conversa, balançou a cabeça positivamente, colocando a taça vazia em cima do balcão. Entreabriu os lábios para responder à ruiva, mas foi interrompido pelo miado raivoso de Elektra, fazendo-o soltar mais uma gargalhada metálica, em sincronia com a dela, sendo novamente alvo de olhares reprovadores por parte dos convidados.

– Pelo visto a festa permite a entrada de animais.– Disse entre risadas, fazendo questão de soltar latidos para as pessoas que passavam próximas a ele, provocando-as. Ao reaver-se do momento animalesco, arqueou uma única sobrancelha com o comentário seguinte da garota.
– Sua casa é um cassino? Deve ser foda. – Disse com sinceridade, se distraindo por alguns instantes ao imaginar viver em um lugar cercado de dinheiro, jogos e luxo. E sacanagem também, sempre tem sacanagem no meio. – Quem sabe um dia eu lhe faça uma visitinha por lá... – Abriu novamente o sorriso sacana, aproveitando para afrouxar mais ainda o nó mal feito da gravata – que é que aquilo poderia ser chamado de nó. Novamente entreabriu os lábios para falar, mas foi interrompido por outra voz feminina, entortando um pouco os lábios ao fitar a máscara que o cobria o rosto inteiro da moça loira, imaginando o quanto deveria estar abafado por trás daquilo.

– Estranha? Não, eu diria chata. – Respondeu à mascarada, deixando o olhar alternar entre ela e Elektra. – E que porra de crime é esse que demora tanto? Se estiverem me enganando, quem vai cometer o crime sou eu. – Resmungou para si, por mais que também estivesse esperando uma réplica de ambas.

Wahrheit* = Verdade?

Os lábios pálidos entortaram sutilmente ao ver o rapaz rir de seu comentário direto e soltou um leve bufo infantil ao perceber que era por sua sinceridade e não pela arrogância. Diga-se de passagem, as coisas ficavam mais calmas para Sonero sempre que achava pessoas que apreciassem a veracidade das coisas até certo ponto, pois pelo menos não lhe tacavam um tapa logo de primeira. E logo que Mortem começou a falar sobre a festa, o menor teve de crispar de leve os lábios, mordendo a língua para abafar o repentino desgosto que lhe vinha ao lembrar das poucas coisas que conseguia sobre aquela noite. - Ahn...é eu me lembro. - Arrastou as palavras como se elas fossem lacerantes, anotando novamente em sua cabeça que a experiência de ter Seth bêbado e drogado na sua frente não era nada, nada, boa.
Enfim quando o rapaz mudou de assunto, dirigindo ao tópico sobre suas apresentações, Sonero pôde respirar com um pouco mais de leveza, talvez sendo até um pouco perceptível o suspiro que soltou ao desprender o pouco de ar que denunciava seu nervosismo sobre o assunto anterior. - Bem excêntrica. - Comentou calma e neutramente enquanto voltava a deixar o olhar levantado para os olhos do maior. - E Mortem significa alguma coisa? - Voltou a perguntar, ligeiramente sendo atacado pela sua curiosidade repentina em coisas desnecessárias. No entanto, ao vê-lo pegar a taça de vinho voltou a lembrar o que fazia antes de encontrar o rapaz e, pelos segundos em que seu colocutor se manteve suavemente ocupado com a bebida, voltou a deslizar os olhos rapidamente pelo salão, procurando pelo homem loiro de antes, mas em suma não conseguiu achá-lo com os olhos.
Voltou sua atenção para o rapaz à sua frente e ouviu sua fala enquanto o encarava sem muita, ou nenhuma, expressão, mas logo mudou para uma sutilmente mais pensativa. Era fato que lembrava ter ganhado um livro de Mortem naquela festa, mas já havia lido tantas outras páginas depois daquele dia que até pensou ter esquecido sobre o enredo enfadonho. - Ah...é um livro bem chato, mas até que coisas chatas me interessam um pouco. Por que comprou aquilo para uma festa como aquela? Foi ridículamente destoante. - Respondeu e perguntou sem nenhum problema em ser indelicado novamente e somente mantendo o olhar ligeiramente franzido sobre o outro, imaginando que ele era um tipo de pessoa realmente monótona. Não que ele pudesse julgar os outros por esse ponto mas não era como se se importasse.

Prudence G. Great
Tudo estava indo de mal à pior.

O que escutara não foi uma voz feminina, e sim um dejavú. Pelo menos, era o que esperava e queria ter escutado. Seus dedos tremularam, assim como as pernas, e o mundo pareceu estar brincando numa montanha russa. Mal escutara o que o loiro disse, praticamente o ignorou. Não estava bem, queria sair dali ao mesmo tempo em que queria confirmar suas suspeitas. A cabeça da loira batalhava entre ser viável Meredith West estar à sua frente, num baile no estado de Geórgia; e ser somente mais uma ruiva de voz charmosa.

Os impulsos (oh, malditos sejam estes) fizeram com que s dedos trêmulos fossem até a própria máscara e, pela segunda vez naquela noite, mostrou o seu rosto. Lábios entreabertos, sobrancelhas e olhos expressando dúvida e confusão. Encarou a máscara que tampava o rosto da ruiva à sua frente, dando dois passos para perto dela. Praticamente coladas.

Sua garganta fechara e um tiroteio ocorria em seu estômago. Com toda certeza, sua ex e pior pesadelo estava ali. Em questão de segundos as mãos rodearam o pescoço alheio e os dentes foram mostrados, numa expressão feroz.

-Sua vaca!- Gritou, empurrando-a para longe. Suas lembranças felizes atordoaram sua mente, Fazendo com que lágrimas de raiva, tristeza e felicidade (no fundo, queria encontrra-la de novo. E se matar ali mesmo) borracem sua visão.- Como o Sogrão está? Mal, espero.

Tudo em sua mente estava sendo processado de maneira exagerada, principalmente o fato de que Meredith estava conversando com o loiro alto (e jurou ter escutado miados e uivos). Não ligava se iria tirar conclusões precipitadas, berrou para a garota palavras de baixo calão.

- Ah, que fofo. O sogrão prefere os loiros do que as loiras? Agora sim ele vai gostar. Ele por acaso não é membro de alguma das bilhares de gangues que tem rixa com aquele bordelzinho que chama de casa?

Não conseguiu dizer mais nada, somente alternar  olhar entre o loiro e sua ex. Se sentiu extremamente mal no fundo, não queria ter gritado com a garota que ainda amava. Mas seu orgulho e nervosismo falaram bem mais alto que o coração, estragando mais um momento entre elas.

Mortem era do tipo de pessoa que tinha o dom de se desligar das coisas ao seu redor quando bem entendesse, mas da mesma forma, poderia vir a ser observador quando assim lhe convinha. E ao conversar com alguém que não estivesse o entediando, costumava lhe prestar toda a atenção que poderia ter. Foi assim que percebeu que Sonero demonstrava resquícios de nervosismo devido a sua citação sobre aquela festa. Sensibilizava com o rapaz, pois da mesma forma que ele teve sorte de não ter feito nada que se arrependesse, poderia muito bem ter sido ao contrário e estar no lugar do pobre jovem. Dessa forma, preferiu não comentar mais nada sobre e apenas se limitar em tomar mais um gole de vinho, que bebia socialmente. Raríssimas vezes Mortem se embriagava além da conta, só o fazia quando estava sozinho para afogar as mágoas e ver se conseguia ter uma boa noite de sono, o que geralmente acontecia somente quando bebia.
  Abaixou o olhar de forma pensativa ao escutar a pergunta do menor. Mortem significava alguma coisa? Ele acreditava que não, pois sua mãe nunca lhe disse nada. Se bem que ele também não se lembrava de alguma vez ter perguntado, então... Demorou alguns segundos até responder, mordendo o lábio inferior e fazendo questão de ter certeza de que não sabia o significado de seu nome. Oras, talvez seu nome deveria ser como ele próprio: sem importância e sem graça, mesmo que um pouco esquisito... - Confesso que agora você me pegou... Não faço ideia se meu nome significa alguma coisa. Nunca me interessei em saber, para ser sincero... – respondeu por fim, confessando sua ignorância sobre o próprio nome sem se importar. Não tinha aquela fixação que algumas pessoas mantinham em saber os significados do nome e etc. Para ele simplesmente não importava.
  Voltou a rir silenciosamente ao escutar Sonero dizer sobre o livro ser chato, levando a taça de vinho até os lábios para ver se parava com aquilo de ficar rindo com a sinceridade extrema dele. Daqui á pouco o outro pensaria que estava sendo visto como palhaço, o que não condizia com a realidade do que Mortem realmente achava dele. - Ao menos você parece ter lido ele, o que é o suficiente para que eu me surpreenda. Não me leve a mal, mas é verdade que a maioria dos jovens de hoje dia não se importam com o próprio desenvolvimento literário... – comentou dando de ombros, se sentindo como o antigo professor chato de literatura que era. Céus! Não era à toa que mais da metade de seus alunos dormiam com seus monólogos. - Bem, assumo que eu próprio posso ser ridiculamente destoante algumas vezes, então era de se esperar que eu fosse o único a dar uma lembrança fora do contexto para alguém. – confessou, assumindo o quanto ele mesmo era ridículo na maioria das vezes. Mas fazer o que? Não era por estar em uma festa com pessoas que davam presentes sem noção e faziam algazarra a esmo que ele iria fazer o mesmo. Sua personalidade costumava ser íntegra e não importava onde e com quem ele estava, Mortem seria sempre ele mesmo, independente das pessoas gostarem dele ou simplesmente o achar ridículo. Esse era ele e ele não mudaria.

Meredith à princípio não conseguia acreditar que estava vendo o rosto lindo de Prudence novamente, mesmo após toda aquela confusão com as gangues. Um mutirão de sentimentos invadia sua mente, desde borboletas no estômago até fumaça de ódio saindo pelas orelhas. Não sabia se abraçava ou estapeava a garota ali mesmo. Mesmo assim, ficou congelada e completamente sem reação enquanto seus rostos se encontravam tão próximos. Então, se encheu de medo quando os dedos da loira se fecharam devagar em torno de seu pescoço. Algumas lágrimas ( estava em dúvida de qual sentimento estava as gerando ) se surgiram em seus olhos mas se recusou a deixá-las cair. Se recusava a borrar a maquiagem, principalmente para alguém que naquele momento não merecia vê-la assim.

O primeiro insulto veio, mas a ruiva não se importou. Estava ligeiramente acostumada com pessoas lhe chamando assim dia ou outro no cassino. Foi jogada para trás com força e suas costas se chocaram contra o balcão de uma forma dolorosa que a fez derramar boa parte da bebida que ainda restava em sua taça. Suspirou profundamente e discretamente, não esboçando nenhum sinal de dor pela pancada. As palavras seguintes de Prudence a atingiam como tiros e ela apenas manteu a postura e a calma. Bom, a calma era mais segurada a força do que mantida. Processava tudo aquilo bem lentamente e não queria acreditar que estava de fato acontecendo. A última frase da ex-namorada foi a que atingiu com mais intensidade e ela teve que finalmente falar alguma coisa.

Na verdade, Prudence, o "sogrão" prefere qualquer pessoa que pague pelas cortesãs de seu "bordel", não as que brincam com elas e depois apenas as jogam no lixo como você fez comigo. Então, pare de tirar conclusões precipitadas e use seu cérebro ao menos uma vez na sua vida! - Praticamente explodiu, sem perceber que seu sotaque britânico estava muito mais visível do que quando chegou ali. Fez questão de enfatizar as palavras "sogrão" e "bordel" de maneira irônica e se segurou para manter o tom de voz, apenas não conseguiu se segurar no final. Olhou para Seth, desesperada, mas não no sentido de pedir ajuda. Voltou seu olhar para Prudence e se estremeceu toda ao olhar novamente nos olhos heterocromáticos da garota.

"The man is back in town, so don't you mess me 'round"

Seth se encontrava tão concentrado nos próprios devaneios que, ao ouvir a loira vociferar contra a outra repentinamente, não evitou deixar escapar um leve “que susto, porra” dentre os lábios. Entretanto, logo se recuperou do espanto, principalmente quando viu a desconhecida avançar contra Elektra, empurrando-a ao ponto de ouvir o estalo das costas da outra no balcão.

– WOW. – Arregalou os olhos, soltando uma breve gargalhada, observando a briga como uma criança no cinema.  O alemão definitivamente não era o bom samaritano que apartava brigas, muito pelo contrário, se pudesse se meter ou colocar ainda mais lenha na fogueira, ele o faria – especialmente naquela situação, onde via duas mulheres bonitas brigarem. Pelo enredo da baixaria, pôde constatar que eram namoradas, pelo menos era o que dava a entender com palavras como “sogrão” e “você me trocou por um loiro”...Espera aí, o tal loiro era ele? Apontou para si com a boca entreaberta pelo riso, imaginando que aquilo seria mais divertido do que o normal.

Gargalhou ainda mais alto, se aproximando lentamente de ambas, ainda que preferisse manter uma distância aceitável para não atrapalhá-las. - Calma, loirinha, sem violência. Não precisa ser ciumenta, no final das contas, tem Seth pra todas. – Brincou, abrindo os braços com um sorriso cínico, e, ainda que tivesse plena consciência de que poderia levar umas boas porradas femininas, não poderia perder a graça do momento.

Sahara Mayr

✩:

Não podia evitar surpresa por ter sido comparada àquelas mulheres; E também não hesitei para soltar um riso debochado. Claro, ótima piada. Agora conta a do papagaio, meu amigo. Me perguntava onde ele viu a semelhança, afinal; Talvez tivesse um fundo de verdade, em algum lugar, mas não fazia ideia de onde. E não sabia se deveria tomar isso como ofensa ou elogio. Torci a cara para o copo de bebida, vendo que ninguém de fato ainda queria aquilo. Dei de ombros, só jogando a bebida no prato de um garçom que, por sinal, estava servindo canapés. Pelo menos o canudinho no copo serviria bem como decoração. Voltei a atenção para a proposta, que não parecia ruim. Ter alguém me devendo um favor não faria mal algum; Não que eu seja uma mestra da sinuca, mas pelo menos sei como usar um taco. Agora é só ir na fé.

— Só não me faça saltar na frente de um trem se ganhar, obrigada. De resto, só não quero morrer. — Resmunguei, logo com um sorrisinho zombeteiro enquanto dava um tapinha no tecido verde da mesa logo que consegui obrigar as bolas a formarem um triângulo; Fui para o outro lado da mesa, me inclinando para posicionar o taco e, consequentemente, admirando meu trabalho por alguns segundos. É, deixei essa mesa demais. Com um baque, as bolas se espalharam pela mesa. Nenhum ponto ainda, mas tudo bem. Era só a primeira jogada, e o fato da bola branca quase não ter acertado às outras não importava por enquanto. Me afastei um pouco, liberando o espaço para a vez de Cameron, e rapidamente tratando de impedir que o assunto acabasse para dar lugar a uma disputa mortal com bolas quebrando lustres. — Mora muito longe daqui? — Perguntei assim que lembrei das longas horas que passei no carro. A Califórnia é uma vadia sem coração, foi um maldito dia inteiro dirigindo. Dava graças aos céus por agora estar de pé, jogando alguma coisa.

Só de pensar em todos que vieram do fim do mundo, assim como eu, entendo como estão decepcionados com isso tudo. Apesar de eu ter certeza de que as recompensas vão valer à pena, claro. Só não sei como tanta gente que conheço veio parar aqui; Por que o tal Bite Court queria essas dezenas de criminosos num só plano? Ele provavelmente sabia que algo no final não daria certo, e isso é o de menos. Alguém com certeza vai morrer a cada briga, e posso garantir isso só de ouvir os gritos do lado de fora do salão. Torcia para que Cameron também não fosse nenhum expert nesse jogo, afinal odiava perder. Odiaria mesmo que estivessem apostando só uma bala, na verdade. Por isso, não deixei de fazer a típica torcida negativa, também conhecida como "Erra, erra!". Só que baixinho.

Prudence G. Great

O clima estava horrível. Naturalmente, Prudence estava com seu modo sarcástico no "on" graças a briga, o que não ajudava nada a amenizar a situação. Uma parte de si já estava querendo abraçar a ex ali mesmo, só que o lado raivoso vencia em disparada. Poderia ter sido muito melhor esse reencontro, poderia ter chego na ruiva falando que estava com saudades e tudo teria ficado bem. É, chamar a outra de vaca foi seu jeito de dizer que sentia sua falta, e o resto das sentenças que proferiu foi o "Não sei por que terminamos, mas por favor, volta para mim e larga esse trolho que está falando com você. Vou te fazer muito feliz, te dar muitos filhos e uma bela casa."

O loiro resolveu se manifestar no meio da briga, o que irritou ainda mais Prudence. Ela já estava com a face avermelhada, e mais um pouco viraria o Hulk Vermelho. Se virou para Seth, levantando sua mão e sentando um belo tapa na face do homem. Geralmente ignorava os otários que 'botavam lenha na fogueira', mas queria passar uma boa impressão de como é mexer com uma Great raivosa.

- Por acaso 'tá escrito palhaça na minha testa? Não, então já fica claro que não estou de brincadeira pra você rir que nem uma hiena, 'mermão! - Concluiu a fala, virando-se para Meredith e continuando a DR agora em um tom mais baixo. Pessoas que passavam por ali olhavam assustadas para a cena, alguns até davam uma risadinha. Como isso tirava a loira do sério. Respirou fundo antes de falar, tendo o timbre mais controlado.

- Ah, isso não é verdade! Você sabe sobre minha dificuldade. Ser assexual é uma cruz que carrego todo dia, Me- - Antes que falasse o nome da mulher, se impediu. Sabia que ela odiava o nome, então decidiu não revela-lo. Um pouco de respeito que ainda tinha pela ruiva. - Enfim, sei que posso não ter sido uma boa namorada, mas eu me dediquei à você. E sabe que nosso término é culpa de alguém.

Finalizou a frase com uma indireta, cruzando os braços e esperando a réplica. Tudo o que dissera bateu também contra si: o fato de odiar sua sexualidade. Teria menos dificuldade para superar tudo aquilo se tivesse outra preferência, e até poderia ter chego na garota apresentando seu/sua namorado/a e rindo dos velhos tempos. Mas era Prudence, a garota da qual o mundo espremeu os limões bem no rosto, e ainda lhe deu uma rasteira nesta festa.

Meredith não pôde deixar de olhar assustada para Seth, sem acreditar que ele realmente havia colocado lenha na fogueira. Preferiu, por outro lado, resolver aquilo com ele depois que aquilo tudo estivesse acabado. "Bom, se isso não acabar comigo indo embora." Pensou, suspirando. Ainda tentava processar as palavras de Prudence. Bom, era a primeira vez que levava "facadas" de alguém que ainda amava, então não podia apenas falar algo que a humilhasse e ir embora. Não conseguiria fazer isso se tentasse.

Ficou impressionada quando a loira à sua frente se desviou da briga para estapear Seth. Então se lembrou da necessidade da garota de mostrar que não se mexe com uma Great, o que a fez revirar os olhos de forma imperceptível devido à máscara que cobria a maior parte do seu rosto. Agradeceu imensamente a isso, pois seus olhos já estavam marejados a ponto de sua visão estar completamente embaçada.

Soltou um suspiro alto e incrédulo após tomar um breve susto quando achou que Prudence a chamaria pelo primeiro nome. Ser assexuado, na visão de Meredith, era quase que uma vantagem. As vezes sonhava em uma vida na qual não precisasse sofrer com amor. Tal pensamento rapidamente se dissipava com a ideia de que ninguém consegue viver sem amor. As palavras seguintes da loira lhe fizeram olhar para ela sem acreditar no que havia sido dito. Acabou por soltar uma gargalhada incrédula, como se estivesse zombando da garota. - Você é realmente egoísta a ponto de me acusar de não ter me dedicado à relação? - Perguntou, com as sobrancelhas franzidas. - Você realmente está me culpando completamente pelo nosso término, só por que o papai disse que você não fez nada de errado?! - Completou, aumentando consideravelmente o tom de voz.

Uma única lágrima rebelde agora poderia ser vista descendo pela bochecha rosada da ruiva e parando na linha de seu rosto, se pendendo lá. Meredith por outro lado não se encolheu e nem demonstrou nenhum sinal de fraqueza, apenas consertou a postura e a olhou firmemente. - Por favor, sua majestade, me poupe de sua ignorância. - Por fim, disse, colocando o máximo possível de ironia na voz. Olhou para Seth com um olhar de censura, como se caso ele colocasse mais lenha na fogueira - o que provavelmente aconteceria - acabaria com uma taça de champagne sendo quebrada em sua cabeça mais tarde.

Ficou encarando o rapaz abaixar o olhar enquanto pensava e antes mesmo dele responder, Sonero já tinha calculado mentalmente que aquela reação provavelmente queria dizer que seu colocutor não sabia responder, afinal ele pareceu realmente absorto por alguns segundos. - Hm...significados de nomes não tem importância. Mas tendo um nome esquisito eu teria a curiosidade de procurar pelo seu significado, talvez até melhorasse a forma como o vê. - Concluiu placidamente, sem muito ânimo notando que ele próprio podia se incluir em seu exemplo pois também não gostava muito de seu próprio nome. Enfim deu uma leve olhada para a mesa de bufê por perto deles e lembrou-se de que ainda se encontrava com fome, mas sua vontade de comer nunca vinha. Esquisito como sempre.

Logo que voltou sua completa atenção para o rapaz, novamente o olhando indiferente enquanto pensava sobre como aquela conversa estava sendo ligeiramente mais agradável do que todas as outras que tivera nos últimos dez dias. Ouviu o outro completar a frase e teve de entortar os lábios novamente. - Você fala como um professor velho e chato de literatura, Mortem. - Comentou de um jeitinho arrogante, sutilmente mimado, mas que parecia até engraçado, como se ouvir aquele tipo de frase chata não fizesse bem aos seus ouvidos. - Você combina com o livro. - Concluiu para si mesmo, como se estivesse explicando à si mesmo o motivo do outro ter dado de presente um livro como aquele. Por fim ouviu a resposta do outro para sua pergunta e não deixou de carregar a feição levemente franzida ao ouvir a resposta, continuando por lhe encarar continuamente. - É...eu notei sua discordância naquela festa. Enquanto aqui você parece mais dentro d’água. - Deduziu num tom quase acetinado, por pouco não deixando totalmente na cara que, na opinião do menor, a figura de Mortem era muito melhor do que dos outros esquisitos que os rodeavam.

No entanto, assim que deu uma rápida olhada para seu lado, avistou seu professor perto da entrada do banheiro, um pouco afastado demais para a preguiça de Sonero de alcançar o maldito que o havia levado até a festa, mas enfim soltou um suspiro e voltou a olhar para Mortem em uma guisa ligeiramente azeda. - Preciso falar com o meu professor, Mortem…  - Já ia começando seu caminho até o homem mas parou e tornou a dar atenção ao rapaz, lembrando-se de ser no mínimo um pouco mais educado com pessoas que lhe eram mais agradáveis. - Vou ser rápido, caso queira me esperar. - Comentou e logo em seguida deixou novamente de encarar as orbes do rapaz para se virar e ir até o professor, imaginando que provavelmente não voltaria a falar com Mortem, mas precisava ser um tanto mais decoroso com ele. E também não era como se o rapaz civilizado tivesse gostado da conversa simplória que tiveram.

Assim que se aproximou do professor, teve de fitá-lo com sua melhor carranca desgostosa, notando que o mesmo parecia ligeiramente mais bêbado do que pretendia aparentar. Sonero não precisava falar muito, só queria ir embora dali. Não estava gostando nem um pouco das circunstâncias daquela festa, notando que ela não parecia assim tão segura, visto que já havia reconhecido algumas pessoas que não queria ver por ali. E mesmo que estivesse um pouco difícil saber se seu professor entendia ou não o que dizia à ele, sabia que uma hora poderia chutar o balde e voltar de táxi mesmo para o hotel.

Ele analisara Tasha por um breve momento, olhando-a de cima a baixo; aprovou-a e lançara um sorriso de escárnio, um tanto admirado com a ideia de ir a um sofisticado baile de máscaras usando um adorno excepcional como a máscara da garota. Kyle divagava sobre o que levaria alguém a trajar um adorno como aquele quando, súbito, fora arrancado de sua reflexão por um soco proferido diretamente pela morena à sua frente. Puta merda, cara. Cambaleou para trás e, involuntariamente, levou a mão ao maxilar para mantê-lo firme ao passo que um gemido escapava de seus lábios. De fato, o soco não havia sido tão intenso; o rapaz é que era sensível por demais, no entanto.

Quando recobrou os sentidos, voltou o foco para Tasha, olhando profundamente nos olhos da mesma. Não havia indícios de raiva em seu olhar, todavia. Ainda segurava o maxilar quando um sorriso se esboçara em seus lábios; ele merecia o soco, pois já estava ciente da aversão a toques da moça, mas ainda assim insistiu em tocá-la. Era divertido vê-la desconfortável, muito embora apanhar não fosse tão legal. Desviou o rosto para o lado oposto à Tasha por um instante e permitiu que uma risadinha abafada escapasse por uma coleção de segundos, olhando de soslaio logo em seguida. – Caramba, quanta violência... Se eu não achasse que trata-se de carência, seus ossos já estariam e pedaços – afirmou com um tantinho de convicção. Jamais bateria na garota, porque isso seria trivial tratando-se da morena. A melhor forma de deixa-la impactada era esfregar-se nela, ele pensava -- E, quanto a piadinha da favela, releve – continuou.

Subitamente avançou para cima de Tasha e prendeu-lhe num forte abraço, apertando-a contra seu corpo intensamente. – Irei confessar, você é atraente mais que suficiente para me deixar desejando realizar um coito contigo – afirmou num sussurro, e então narrou detalhe por detalhe – da forma mais suja possível – como ele imaginava a transa entre eles. Muito embora a garota fosse realmente atraente, Kyle continuava convicto de aversão por mulheres. Sucumbiu agarrar Tasha por saber que a mesma detestava ser tocada. E também estava ciente de que, provavelmente, não sairia inteiro – ou vivo -- daquela situação.

Eis que, quando espiou por cima dos ombros da conhecida, avistou mais adiante uma careta que lhe parecia familiar. Cerrou os olhos a fim de enxergar melhor, e foi então que reconheceu... Mortem?! Uma ligeira ideia surgiu em sua mente, e Kyle colocou-a em prática no mesmo instante. Não permaneceria parado para levar uma surra, logo arrastou Tasha para perto de seu “parceiro”: Mortem. Ainda permanecia agarrado com a garota, contudo, ela poderia se debater o quanto quisesse que continuaria presa a Kyle.

Ao alcançar Mortem, aproximou-se do rapaz e exibiu Tasha agarrada em seus braços: -- Perdeu, playboy – disse em alto e bom tom e então piscou para o mesmo. De hoje eu não passo, definitivamente.

"The man is back in town, so don't you mess me 'round"

O clima estava perfeito, na concepção do alemão. Agradeceria aos céus se não estivesse ocupado demais observando a briga, afinal, o que poderia ser melhor do que uma briga entre garotas – e ex-namoradas - para animar a festa? Não conseguia pensar em algo melhor. Entreabriu os lábios para continuar a provocação, mas foi brutalmente interrompido por um tapa deferido pela loira, fazendo-o virar o rosto para o lado com a intensidade aplicada. Céus, aquela garota era forte. Levou a mão até a face vermelha, e, ao contrário do que muitos fariam, acabou soltando uma gargalhada ainda maior do que a anterior, precisando de alguns segundos a mais para reaver-se. – Ora, ora...A marrentinha tem força, você vai me dar mais trabalho. – Falou com cinismo, mesmo que ambas não estivessem prestando muita atenção nele, fez questão de aproximar-se mais ainda.

– Mas nada que eu não possa resolver, não é? – Sorriu largamente, encostando o cotovelo no balcão, inclinando a coluna um pouco para frente e perigosamente se aproximando mais da discussão. Em seguida, distraidamente deixou o olhar percorrer festa; o inesperado foi que, repentinamente, algo lhe capturou a atenção mais do que a briga à sua frente. Um traseiro. Sim, mas não era um traseiro qualquer.

Semicerrou os orbes azulados, fixando o olhar no traseiro redondinho, acompanhando o movimento deste que cada vez mais saia do seu campo de visão.  – ...Baixinho? – Murmurou para si, apontando com o dedo indicador na direção do rapaz mascarado. Sem nem mesmo se despedir de  ambas – como se precisasse – atravessou a multidão com uma velocidade surpreendente, empurrando sem pudor alguns que teimavam em permanecer do seu caminho. Por fim, seguiu o instinto animalesco até o rapaz de traseiro redondinho, observando-o dialogar com um homem mais velho, estando ele aparentemente bêbado.

Seth esgueirou-se na direção de ambos, ficando exatamente por trás no menor. A primeira coisa que fez foi apertar fortemente a nádega coberta pela calça social, logo reconhecendo o leve gritinho e o xingamento seguinte, deixando o alemão boquiaberto. – O que você tá fazendo aqui? – Segurou Sonero pelo braço, vociferando contra ele, colocando-o em sua frente. Todavia, logo o libertou, voltando sua atenção para o homem bêbado à sua frente, aplicando um forte soco na sua face, fazendo-o cair ali mesmo.

Consentiu com o comentário de Sonero, mesmo acreditando que sua opinião sobre seu nome não mudaria nada se descobrisse ter algum significado, até porque Mortem gostava do seu próprio nome. Era sem graça, sem significado e vazio como ele, mas ao mesmo tempo tinha personalidade, mesmo que essa não fosse algo sobressalente, então... Mas concordou com o menor por achar que não estava isento de se surpreender se algum dia descobrisse o significado e mudasse sua opinião.
  Soltou uma breve risada discreta ao escutar o rapaz comentando sobre o que ele próprio havia pensado de si mesmo segundos antes. - Eu sei... Mas fazer o que se sou realmente chato? – assumiu em um tom descontraído, não podendo deixar de pensar que Sonero lembrava a maioria de seus alunos, quando lecionava para estudantes do colegial. Não que os alunos da faculdade fossem muito diferentes, mas ao menos tentavam dissimular o sono e fingir que prestavam atenção.
  Não pôde deixar de soltar um breve suspiro por ter que, novamente, concordar com o baixinho... Ele realmente se sentia menos deslocado no meio daquelas pessoas. E, no entanto, continuava não se sentindo parte de lugar algum além do seu próprio mundinho isolado. Credo... Não era para que alguém da idade dele se sentisse assim, já que nessa idade já deveria ter passado da fase de não pertencer a esse mundo. - Claro... Fique á vontade. Foi um prazer. – se despediu gesticulando com uma das mãos ao indicar o caminho livre para que o rapaz se retirasse conforme desejava. Ao se aperceber sozinho, suspirou uma vez mais e tomou mais um gole de seu vinho, passando seu olhar sobre o salão e ao mesmo tempo desejando que mais ninguém se aproximasse por pelo menos alguns minutos. Queria aproveitar esse momento de solidão plena para se retirar para algum lugar no qual pudesse fumar um cigarro...
  Caminhou pelo salão em direção á porta de entrada para que pudesse sair para fumar, porém fora interrompido pela aproximação de duas pessoas. Apenas ergueu as sobrancelhas, virando-se para encarar um rapaz do qual nunca havia visto mais gordo, notando que o mesmo estava “acompanhado” de Tasha – que obviamente estava sendo abusada pela falta de vergonha na cara do rapaz desconhecido... - Perdão, mas... Não compreendi. – murmurou, olhando ao redor como se procurasse alguma coisa e passando a mão livre entre os bolsos, voltando a olhar para o estranho. - Acho que não perdi nada, meu caro... – afirmou com um sorriso sutil ao levar a taça de vinho até os lábios para tomar mais um gole e encarar o rapaz como se estivesse se perguntando quem era ele. - Mas receio que você vá perder se continuar agarrando a Tasha dessa forma. – avisou tranquilamente, olhando para a morena e inclinando levemente a cabeça para cumprimentá-la devidamente. -Ah! – exclamou, como se tivesse se lembrado de algo importante e inclinou o rosto até o ouvido do desconhecido para que ele o escutasse bem, já que estava falando baixo, ao contrário do outro que parecia ser alguém espalhafatoso. - E devo lhe avisar que será ela mesma quem irá fazê-lo perder, e com muito prazer - somente para ela, claro... Disso tenho certeza! – concluiu o aviso, afastando-se do desconhecido e não deixando de piscar e sorrir para Tasha, que ele sabia que logo se desvencilharia daquele homem imundo. - Com licença. – pediu antes de se retirar, dando um tapinha nas costas do rapaz.
  E sem esperar por uma resposta do idiota que agarrava Tasha, Mortem se afastou de ambos, mesmo que somente o suficiente para que os deixassem sozinhos, mas ainda pudesse observá-los de longe. Duvidava que a moça precisasse dele, pois ela sabia se defender muito bem sozinha de gente como aquele imbecil e também porque Mortem preferia não retribuir o ato implicante do rapaz. Mas queria que ela visse que ele estava por ali e que se percebesse que ela não conseguia se desvencilhar do retardado mental e continuasse sendo “abusada” por este, ele mesmo o faria e não seria nada agradável... Era evidente para Mortem que o outro só queria arranjar confusão, e ele faria o possível para não ceder e dar-lhe o gostinho de vê-lo irritado. Mas caso fosse necessário, não tinha receio algum de fazer uma cena para ajudar uma mulher.
  Se ele havia se incomodado e até se irritado com aquilo? Com certeza, oras! Mas, ainda bem, sempre fora bom em dissimular sua irritabilidade e agir naturalmente como se não se incomodasse com nada, pois não gostava de discussões e muito menos de baixaria.

Soltou um último suspiro, finalmente enfadado com as palavras sem nexo provindas do professor bêbado. Continuou o olhando com o estresse estampado na cara enquanto cruzava os braços, e só resolveu revidar e falar algo perante a criatura sem senso quando este lhe disse para esperarem mais até irem embora, falando algo sobre ter um evento principal do qual Sonero não precisava saber, algo que o garoto não deu a mínima importância, achando estar ouvindo balelas de uma pessoa alcoolizada. Assim que entreabriu os lábios para enfim replicar, um gritinho estrangulado ultrapassou sua garganta sem permissão, mas só foi uma reação direta do apertão na bunda que sentiu, e no segundo seguinte levou a mão à boca, sentindo a cara esquentar rapidamente ao ver que sua queixa sobressaltada saiu em tom mais alto do que ele pretendia e atraiu alguns olhares ao redor.
Nos poucos segundos seguintes, nem mesmo precisou ter certeza de quem era para soltar uma reclamação sutilmente trêmula, mas com certeza muito aborrecida. - Mas que merda, mendigo! Por que não para de-- - Foi interrompido pelo puxão em seu braço, logo deixando as orbes cristalinas encararem Seth com determinada irritação, agradecendo que seu rosto continuasse atrás da máscara e este não pudesse ver muito de seu rubor. Crispou os lábios entortados com a pergunta do loiro e deixou-os tremer de leve ao notar que não sabia responder o outro. Sinceramente não sabia mais o motivo de estar lá, havia sido enganado afinal.
No entanto, assim que ouviu seu professor reclamar enraivecido com a presença de Seth, chamando-o de algo como “marginal de rua sem educação” - uma ofensa muito idiota por sinal - o loiro se virou e sem muita dificuldade lhe deu um soco que o fez cair no chão e não se mexer mais, fazendo-se parecer um bêbado desmaiado. Sonero fechou as mãos nervosamente, sentindo o coração bater rapidamente enquanto fitava o homem estatelado e entortava cada vez mais a boca. - Você acabou de nocautear a minha carona pra sair daqui, retardado. - Comentou num aparente furor, voltando o olhar encolerizado para o loiro e depois soltando um “Tch” zangado enquanto abaixava o olhar para os bolsos de dentro do paletó, vendo se suas mãos branquelas achavam o dinheiro que necessitaria para pagar o táxi e sair dali.

Incrédula, prendi os olhos de Kyle nos meus. Carência? Quem ele achava que era carênte ali? E que ideia seria esta de que meus ossos se quebrariam, virariam pó, ou sei lá o que? - Cruzei os braços ouvindo seus comentários e balancei a cabeça descrente. Ele sabia que toques não eram agradáveis ao meu ver, pelo menos era isso que demonstrava falando daquela forma, e isto me deixava ansiosa. Parecia que a qualquer momento esta "descoberta brilhante" dele iria ser usada contra mim, o que realmente aconteceu alguns segundos após imaginar isto.

Senti meu corpo aquecer com o calor corporal de Kyle, bom, ou devia ser o calor corporal dele, pois se não fosse dele seria o meu produzindo a quentura. Claro que esta quentura não era nada atrativa e nem me satisfazia, imagino como bom seria se assim fosse; A realidade era que toda aquela sensação estava sendo criada como uma reação ao seu toque. Seu toque me queimava, me cobria por inteira. Ergui as mãos para empurra-lo o mais longe que podia para poder lhe esbofetear a vontade, contudo, somente um braço meu se desprendeu dos seus, o outro ficara preso de tal forma que me causava dor. Olhei para seu queixo sentindo o calor subir pelo corpo com mais rapidez. O braço que estava solto já encontrava-se em um ótimo angulo para poder o acertar, entretanto, aquilo aconteceu; Kyle começara a dizer coisas sem sentido sobre mim e, por incrível que pareça, a narrar algo que nunca iria acontecer, porem, fora tão objetivo e detalhado no assunto que fez com que minha cabeça girasse e o estomago se agitasse. Ele não seria capaz de fazer nenhuma daquelas coisas, ele não faria aquelas coisas. Sei disso porque o conheço de uma forma que me dá a liberdade e certeza de pensar assim, porem.. O receio era inevitável, assim como a apreensão.
Meu braço não fizera o que eu desejava, ele caíra no ombro de Kyle. Havia simplesmente travado. Travado da mesma forma que meus pensamentos, ou assim estava até o momento que me encontrei olhando de soslaio as costas que reconheci com clareza de um moreno alto. Ué, Mortem também estava ali? Era ele a quem Kyle estava se dirigindo? O que exatamente eles queriam dizer com tudo aquilo? - Fiquei olhando-o se afastar até a ficha cair aos poucos; Enquanto eu sonhava acordada Kyle me envergonhava com suas mãos espertas ao meu redor. Senti o ar entrar pelos pulmões como se  estivesse chegando a superfície depois de muito nadar em água salgada. A visão que tive do moreno me acordara do longo transe que tive aos braços de Kyle. Ergui a cabeça lentamente para fitar os olhos do garoto a quem eu desejava cuspir. O calor ainda permanecia em meu corpo, e agora algo que não deveria aparecer estava surgindo

- Kyle, o que você pretendia com tudo isso, sua virjona? - Ergui a mão que estava livre de seus braços para segurar, com os dedos longos e ossudos, suas bochechas, intimando-o a me olhar sem esquivar-se. Aproximei seu rosto do meu enquanto sentia as sobrancelhas se unirem - Você e eu sabemos que tu nunca transaria com uma mulher, então.. - Afundei as unhas em suas bochechas devagar - Por que está se aconchegando e me fazendo perder o.. ar? - Não era somente o ar que estava se perdendo. Afastei a mão de suas bochechas e as enterrei em seu ombro para o afastar, porem, senti imensa dor no braço que fora preso por Kyle - Poderia me soltar, querida? - Meu intimo clamava para Kyle se afastar, e meu corpo desejava que a situação prosseguisse. As melhores situações em minha carreira aconteciam com meu temperamento mais salgado. Não que ele esteja tão salgado como naqueles dias neste momento, mas ele esta prestes a piorar - Eu estou com vontade de acertar o vácuo aonde deveria estar o seu pau - Cantarolei voltando a mão em suas bochechas e fazendo pequenos círculos, com o dedo indicador, aonde as marcas das unhas estavam - Seja um bom garoto - Voltei a dizer quando o formigamento do braço começou a espalhar-se.

Então me pergunto o que o Kyle esperava em resposta ao agarrar a Tasha e falar coisas indecentes. Quero dizer, ela foi estuprada a infância toda, é meio obvio que ela iria se descontrolar, mesmo gostando do Kyle -Issu ser uma amizade estranha 'cause amizades de gente dus crimes sao assim, nunca se podi confiar e /apnha

AHHH, simmm, esqueci de colocar nas "curiosidades" no grupo que quando a Tasha lembra-se de seu passado de forma taaaao direta como o Kyle fez -Falando dos rala e rola assim- e é tocada por um longo período de tempo-sem ser solta como o Kyle fez again- o.. Digamos "espirito" doentio que a Tasha tem e que mata os estupradores dela aflora e ela vira o serzinho doente e super diferente da Tasha normal ;s
Então pelo bem do Kyle quero que ele saia dali T--T

CARA, AMEI ESSE DESFECHO DO TURNO. EU DISSE QUE ELE ERA TAAO MADURO E /ARCO IRIS//
Seria diferente? Comassin? /lua pretenha e vinho/
Kyle é nozes, somos de the faveleixon -qqq

ENFIMMMMM, ignorem os erros e blablablas, eu estou morrendo de calor e vou tomar um banho. Beijitos (meu whats deu uma falha, então vou demorar pra falar com vocês, froris.